terça-feira, 28 de outubro de 2008

Entrevistando Capim Maluco

Foto: Divulgação

O Capim Maluco, banda da atual cena independente paulistana formada por Rafael Laguna (guitarra e voz), Rodrigo Bernardes (baixo) Guga Almeida (bateria), mas surgida na cidade de Paraguaçu Paulista (SP), vem mostrando em apresentações explosivas o que pode ser chamado de “grassrock” ou “rockelétricodistorsion”, um som viceral e expressivo, tratando com lírismo temáticas cotidianas sem perder o senso crítico. E nesse ano o Capim Maluco lançou o seu primeiro álbum: Flamingo (Objeto Sonoro Records). Como expressa Rafael Laguna, Flamingo fala sobre “comportamento lascivo”, “drogas”, “padrões estéticos de beleza” e também de “amor”, no sentido mais amplo da palavra... Sobre a relação de amor e ódio pela cidade que você mora, amor pelos amigos, pelas coisas boas da vida. Para saber mais sobre o trabalho da banda, conversei com o figuraço do Rafael Laguna pra ele contar a história e as boas novas da banda.

Capim Maluco no Palco

Luan / Underpendente: Qual é o histórico do Capim Maluco?

Rafael: Bom, vou te resumir um pouco... Até agora são nove anos de estrada, 11 bateristas diferentes, inúmeras “presepadas”, mudança pra São Paulo, Capim sem baixista... Capim com baixista... Contrato com o selo Objeto Sonoro... Serginho Serra, gravação de “FLAMINGO” Capim com Guga (Guga Almeida também é baterista do Zefirina Bomba e toca no Capim desde maio de 2008 ) muitos shows viscerais e explosivos, duas demos, participação na Coletânea Urbanaque Especial “Dia das Crianças”- 2008, trilha sonora do curta metragem “O Intruso” de 2008... dois clipes até agora, Endoidar e As moscas, e um disco o “Flamingo”- 2008.

Luan / Underpendente: O Capim Maluco já tem uns bons anos de existência. E depois de passar por mudanças normais que geralmente acontecem com muitas bandas, vocês lançaram o primeiro disco da banda. O que o Flamingo representa pra carreira da banda?

Rafael: O Capim sempre teve essa de tocar com os amigos que estivessem por perto, quisessem se divertir comigo e se ferrar também (risos) depois as coisas foram tomando outro rumo até a formação atual, que é a melhor que já tivemos sem dúvidas! Também por que ela resgata algo do começo da banda, uma sintonia que eu não sentia tanto na formação passada, sabe, é muito bom sentir isso e tocar com caras que você admira e realmente gosta de estar junto.
O disco representa isso de certa forma, penso que pra todas as bandas a gravação de um disco é final e o começo de um novo ciclo é muito trabalho e tempo envolvidos, quero dizer, é incrível ver as coisas tomando forma e se concretizando depois de anos de trabalho e temos um ótimo disco pra mostrar! Tipo, não é aquela “gravação tosca” que você faz e fica meio envergonhado de mostrar pra pessoas, é um belo disco de ROCK. Quero mostrar pra todo mundo que quiser escutar!

Luan / Underpendente: Flamingo contém músicas de todas as fases do Capim Maluco. Como acontece o processo de composição das músicas?

Rafael: Sempre compus sozinho boa parte do material da banda, gosto de sentar com o violão, ou a guitarra desligada mesmo, e “inventar sons”, e escrever “letras cabeça” (risos), mas depois que o Rodrigo Mazza (contra-baixo) entrou no Capim a gente começou a fazer coisas juntos o que foi muito bom pra mim e pra banda (risos).

Luan / Underpendente: Devido ao bom tempo de existência que o Capim Maluco tem, vocês já tinham algumas músicas gravadas em versão demo. As músicas novas da banda estão na mesma linha das mais antigas?

Rafael: Não temos exatamente uma “formula”, se sentirmos que a música é boa e gostamos de tocá-la, já era! Já que as mudanças são naturais. Mas sempre que você escutar nossas músicas você vai sentir a “pegada” do Capim. Se eu quiser fazer algo realmente diferente entro em outra banda (já toco em mais duas além do Capim) ou monto outro projeto, acho seria mais interessante nesse sentido. Nós lançamos apenas um disco, tem muita coisa pra rolar ainda.

Luan / Underpendente: O que esse disco diz? Porque Flamingo?

Rafael: Esse disco fala sobre “comportamento lascivo”, “drogas”, “padrões estéticos de beleza” e também de “amor”, no sentido mais amplo da palavra... Sobre a relação de amor e ódio pela cidade que você mora, amor pelos amigos, pelas coisas boas da vida... Uma celebração. O “Flamingo” é “uma ave” classuda e exótica assim como a banda (risos) É que agente quis distanciar a estética da arte do disco do som do Capim (que já tem esse nome chamativo (risos). Antes as capas eram fotos minhas passando mal, vomitando a demo chamava “Real Mundo Imaginário”, então tinha a ver. Quando gravamos as demos de “Lago seco” e “Wasted´n old” percebi que tinha dado uma mudada no som e comecei a chamar isso de “Flamingo”... meio que representa essa transição que acabou virando uma biografia sonora da minha vida nos últimos 11 anos (risos). Pra mim esse disco é “libertário”!

Luan / Underpendente: Quais as principais influências da banda?

Rafael: Musicalmente som dos 60´s e 70´s...indo do “garagem” até rock progressivo, um pouco de punk...new wave, os anos 90´s é claro...bastante coisa... e muito do cotidiano acaba colorindo um pouco o cenário das nossas músicas.

Luan / Underpendente: Qual o item mais importante, daqueles que não tem preço, relacionado a música que o Capim Maluco tem?

Rafael: A simplicidade das composições. Não sei. Não sei se tem apenas um item, pode ser a certeza de estarmos fazendo algo honesto e que realmente nos diverte. Sei que daqui a 10, 20 anos vou olhar pra trás e ter orgulho de não ser um “bunda mole” desses que tocam nas rádios. Não somos um “produto com validade”.

Luan / Underpendente: Rafael, como você assimila o mundo musical atual? Qual o subgênero do Rock você diria que está realmente no underground hoje em dia?

Rafael: Com certeza as maiorias das bandas boas de rock estão no underground, salvo raras exceções é claro. Não vejo um gênero ou subgênero predominante e sim uma diversidade e variedade de bandas e sons muito bacanas no underground, que é realmente o grande barato desse lance todo.

Luan / Underpendente: Das bandas do cenário independente brasileiro, quais as que vocês mais curtem e se identificam com o som?

Rafael: Desde que cheguei em São Paulo algumas bandas me marcaram muito não só pelo som mas pela atitude e respeito, Gostava das apresentações do Biônica, do Daniel Belleza e os Corações em Fúria, Zefirina Bomba(até roubei o baterista deles) risos...o Ecos Falsos, Detetives e mais umas tantas.

Luan / Underpendente: Em São Paulo tem a tão famosa e acirrada cena independente. Mais afinal de contas, existe uma cena de verdade ou é apenas um aglomerado de bandas tentando um lugar ao sol?

Rafael: Na verdade é uma mistura dos dois. É que tocar em São Paulo é um ótimo termômetro pra sentir se seu trabalho tem boa aceitação. Tem bastante lugar pra tocar, é onde está a maior concentração de mídia, enfim... Tem bastante gente que se movimenta, e não só aqui em São Paulo é no Brasil todo. A cena sempre vai existir, a questão é fazer ela sempre crescer.

Luan / Underpendente: Dos três integrantes do Capim Maluco, dois estão envolvidos em outros projetos, certo?!? Isso não atrapalha na agenda de shows, ensaios da banda? Dar pra levar tudo nos seus conformes?

Rafael: Na verdade o três integrante tem outros projetos, ou bandas. Então tem que haver um certo sincronismo, mas quando ocorre de “baterem datas” agente apela pros amigos de outras bandas, isso é normal, o negócio é todo mundo tocar e se continuar se divertindo e fazendo o que mais gosta.

Luan / Underpendente: O que vocês almejam para o futuro?

Rafael: Não vemos nada de mal em sermos bem pagos pelo que fazemos (risos).

Luan / Underpendente: Valeu pela entrevista Rafael! Considerações finais:

Rafael: Valeu você Luan!! Esperamos tocar por aí em breve!
E pra quem quiser acompanhar mais a banda, acesse:

3 comentários:

Unknown disse...

Uhú, Capim Maluco é o tipode banda que eu queria ver e ouvir. Adorei!
O Rafael Laguna é firgura mesmo, pois amei as respostas dele hahaha

Beijos!

Unknown disse...

o blog ta de parabens!!!!!
mostrando o trabalho de varias bandas under q a galera q so se liga em bandas de midia não conhecem...
parabens ai glr do capim maluco e underpedent

Snowbell La'Yankee disse...

Capim.. Como eu sempre digo... Sempre mais e mais sorte... Já sou um kurtejador dos som de vcs!