terça-feira, 28 de outubro de 2008

Entrevistando Capim Maluco

Foto: Divulgação

O Capim Maluco, banda da atual cena independente paulistana formada por Rafael Laguna (guitarra e voz), Rodrigo Bernardes (baixo) Guga Almeida (bateria), mas surgida na cidade de Paraguaçu Paulista (SP), vem mostrando em apresentações explosivas o que pode ser chamado de “grassrock” ou “rockelétricodistorsion”, um som viceral e expressivo, tratando com lírismo temáticas cotidianas sem perder o senso crítico. E nesse ano o Capim Maluco lançou o seu primeiro álbum: Flamingo (Objeto Sonoro Records). Como expressa Rafael Laguna, Flamingo fala sobre “comportamento lascivo”, “drogas”, “padrões estéticos de beleza” e também de “amor”, no sentido mais amplo da palavra... Sobre a relação de amor e ódio pela cidade que você mora, amor pelos amigos, pelas coisas boas da vida. Para saber mais sobre o trabalho da banda, conversei com o figuraço do Rafael Laguna pra ele contar a história e as boas novas da banda.

Capim Maluco no Palco

Luan / Underpendente: Qual é o histórico do Capim Maluco?

Rafael: Bom, vou te resumir um pouco... Até agora são nove anos de estrada, 11 bateristas diferentes, inúmeras “presepadas”, mudança pra São Paulo, Capim sem baixista... Capim com baixista... Contrato com o selo Objeto Sonoro... Serginho Serra, gravação de “FLAMINGO” Capim com Guga (Guga Almeida também é baterista do Zefirina Bomba e toca no Capim desde maio de 2008 ) muitos shows viscerais e explosivos, duas demos, participação na Coletânea Urbanaque Especial “Dia das Crianças”- 2008, trilha sonora do curta metragem “O Intruso” de 2008... dois clipes até agora, Endoidar e As moscas, e um disco o “Flamingo”- 2008.

Luan / Underpendente: O Capim Maluco já tem uns bons anos de existência. E depois de passar por mudanças normais que geralmente acontecem com muitas bandas, vocês lançaram o primeiro disco da banda. O que o Flamingo representa pra carreira da banda?

Rafael: O Capim sempre teve essa de tocar com os amigos que estivessem por perto, quisessem se divertir comigo e se ferrar também (risos) depois as coisas foram tomando outro rumo até a formação atual, que é a melhor que já tivemos sem dúvidas! Também por que ela resgata algo do começo da banda, uma sintonia que eu não sentia tanto na formação passada, sabe, é muito bom sentir isso e tocar com caras que você admira e realmente gosta de estar junto.
O disco representa isso de certa forma, penso que pra todas as bandas a gravação de um disco é final e o começo de um novo ciclo é muito trabalho e tempo envolvidos, quero dizer, é incrível ver as coisas tomando forma e se concretizando depois de anos de trabalho e temos um ótimo disco pra mostrar! Tipo, não é aquela “gravação tosca” que você faz e fica meio envergonhado de mostrar pra pessoas, é um belo disco de ROCK. Quero mostrar pra todo mundo que quiser escutar!

Luan / Underpendente: Flamingo contém músicas de todas as fases do Capim Maluco. Como acontece o processo de composição das músicas?

Rafael: Sempre compus sozinho boa parte do material da banda, gosto de sentar com o violão, ou a guitarra desligada mesmo, e “inventar sons”, e escrever “letras cabeça” (risos), mas depois que o Rodrigo Mazza (contra-baixo) entrou no Capim a gente começou a fazer coisas juntos o que foi muito bom pra mim e pra banda (risos).

Luan / Underpendente: Devido ao bom tempo de existência que o Capim Maluco tem, vocês já tinham algumas músicas gravadas em versão demo. As músicas novas da banda estão na mesma linha das mais antigas?

Rafael: Não temos exatamente uma “formula”, se sentirmos que a música é boa e gostamos de tocá-la, já era! Já que as mudanças são naturais. Mas sempre que você escutar nossas músicas você vai sentir a “pegada” do Capim. Se eu quiser fazer algo realmente diferente entro em outra banda (já toco em mais duas além do Capim) ou monto outro projeto, acho seria mais interessante nesse sentido. Nós lançamos apenas um disco, tem muita coisa pra rolar ainda.

Luan / Underpendente: O que esse disco diz? Porque Flamingo?

Rafael: Esse disco fala sobre “comportamento lascivo”, “drogas”, “padrões estéticos de beleza” e também de “amor”, no sentido mais amplo da palavra... Sobre a relação de amor e ódio pela cidade que você mora, amor pelos amigos, pelas coisas boas da vida... Uma celebração. O “Flamingo” é “uma ave” classuda e exótica assim como a banda (risos) É que agente quis distanciar a estética da arte do disco do som do Capim (que já tem esse nome chamativo (risos). Antes as capas eram fotos minhas passando mal, vomitando a demo chamava “Real Mundo Imaginário”, então tinha a ver. Quando gravamos as demos de “Lago seco” e “Wasted´n old” percebi que tinha dado uma mudada no som e comecei a chamar isso de “Flamingo”... meio que representa essa transição que acabou virando uma biografia sonora da minha vida nos últimos 11 anos (risos). Pra mim esse disco é “libertário”!

Luan / Underpendente: Quais as principais influências da banda?

Rafael: Musicalmente som dos 60´s e 70´s...indo do “garagem” até rock progressivo, um pouco de punk...new wave, os anos 90´s é claro...bastante coisa... e muito do cotidiano acaba colorindo um pouco o cenário das nossas músicas.

Luan / Underpendente: Qual o item mais importante, daqueles que não tem preço, relacionado a música que o Capim Maluco tem?

Rafael: A simplicidade das composições. Não sei. Não sei se tem apenas um item, pode ser a certeza de estarmos fazendo algo honesto e que realmente nos diverte. Sei que daqui a 10, 20 anos vou olhar pra trás e ter orgulho de não ser um “bunda mole” desses que tocam nas rádios. Não somos um “produto com validade”.

Luan / Underpendente: Rafael, como você assimila o mundo musical atual? Qual o subgênero do Rock você diria que está realmente no underground hoje em dia?

Rafael: Com certeza as maiorias das bandas boas de rock estão no underground, salvo raras exceções é claro. Não vejo um gênero ou subgênero predominante e sim uma diversidade e variedade de bandas e sons muito bacanas no underground, que é realmente o grande barato desse lance todo.

Luan / Underpendente: Das bandas do cenário independente brasileiro, quais as que vocês mais curtem e se identificam com o som?

Rafael: Desde que cheguei em São Paulo algumas bandas me marcaram muito não só pelo som mas pela atitude e respeito, Gostava das apresentações do Biônica, do Daniel Belleza e os Corações em Fúria, Zefirina Bomba(até roubei o baterista deles) risos...o Ecos Falsos, Detetives e mais umas tantas.

Luan / Underpendente: Em São Paulo tem a tão famosa e acirrada cena independente. Mais afinal de contas, existe uma cena de verdade ou é apenas um aglomerado de bandas tentando um lugar ao sol?

Rafael: Na verdade é uma mistura dos dois. É que tocar em São Paulo é um ótimo termômetro pra sentir se seu trabalho tem boa aceitação. Tem bastante lugar pra tocar, é onde está a maior concentração de mídia, enfim... Tem bastante gente que se movimenta, e não só aqui em São Paulo é no Brasil todo. A cena sempre vai existir, a questão é fazer ela sempre crescer.

Luan / Underpendente: Dos três integrantes do Capim Maluco, dois estão envolvidos em outros projetos, certo?!? Isso não atrapalha na agenda de shows, ensaios da banda? Dar pra levar tudo nos seus conformes?

Rafael: Na verdade o três integrante tem outros projetos, ou bandas. Então tem que haver um certo sincronismo, mas quando ocorre de “baterem datas” agente apela pros amigos de outras bandas, isso é normal, o negócio é todo mundo tocar e se continuar se divertindo e fazendo o que mais gosta.

Luan / Underpendente: O que vocês almejam para o futuro?

Rafael: Não vemos nada de mal em sermos bem pagos pelo que fazemos (risos).

Luan / Underpendente: Valeu pela entrevista Rafael! Considerações finais:

Rafael: Valeu você Luan!! Esperamos tocar por aí em breve!
E pra quem quiser acompanhar mais a banda, acesse:

domingo, 26 de outubro de 2008

A riqueza de timbres de Marcelo Camelo


O sucesso do disco solo de Marcelo Camelo vem ecoando cada vez melhor pela internet. Quando Marcelo Camelo saiu do Los Hermanos, o que fatalmente culminou com o término de uma das consideradas grandes revelações da cena independente, da década de 90, ninguém imaginava que o mesmo iria se projetar tão rápido em seu "poderio" artístico solo. E não é que, apesar de ter "abandonado" consideradas uma das maiores revelações do Brasil e que arrastou e arrasta até os dias de hoje, uma legião de fãs, o cantor e compositor se deu muito bem na sua nova empreitada! O carioca mal acaba de lançar seu primogênito "Sou", pelo Selo Zé Pereira e distribuição pela Sony BMG Brasil, e já ganha vários adeptos de seu "novo som". Se em algum momento, muitos não entenderam o porquê da decisão pela cisão do grupo carioca, o que era absolutamente compreensível, afinal de contas, se esvaia um dos maiores ícones de toda uma geração de jovens e adolescentes (e não é exagero, pois quem seguiu a carreira da banda, gostando ou não de seu trabalho, há de concordar comigo) ao surgir na cena musical do País com o hit, exaustivamente cantado e tocado, "Ana Júlia", seguido de outros grandes sucessos, bem melhores do que o que foi responsável pelo estouro do então, grupo de universitários do curso de jornalismo da PUC/RJ, que se juntou em prol de um único propósito: tocar despretenciosamente um bom rock'n'roll. Toda essa digressão se fez necessária para contextualizar o mito gerado em cima da banda e do porquê muitos, seja pelo motivo que moveu cada um, ficaram comovidos e outros, até com sentimento de revolta e descrença em relação à separação por tempo indeterminado (conforme declaração dos próprios membros do grupo, na época) dos queridinhos do Brasil e como conseqüência, céticos quanto ao possível sucesso dos mesmos "cindidos" e obviamente, de Marcelo Camelo! Mas, ao contrário de toda esta corrente opositora, e eu integrava esta leva (sim, sou ré confessa), o ex-líder dos "irmãos cariocas" provou que consegue sim caminhar com suas próprias pernas (sem desmerecer o valor de cada um dos seus antigos companheiros, claro) e de maneira, talvez, mais madura e da forma como gostaria! Até aí, tudo bem! No entanto, ninguém imaginava que Marcelo Camelo iria dar uma "bola tão dentro da rede" na condução de seu primeiro trabalho, visto que o mesmo foi inteirinho produzido por ele, e de forma tão perspicaz e rápida. Em menos de um ano após o "rompimento" com seus companheiros de estrada de longos anos, ele já entrava em estúdio para gravar este disco, o que aconteceu em novembro do ano passado, e que, com certeza, iria dar início a uma "Nova Era" para a carreira do cantor e compositor. Lançado no início deste mês (08/09), o trabalho já vem sendo bastante elogiado pela crítica e também, pudera, é simplesmente divino, com arranjos, embora simples, perfeitos e de uma poesia fantástica! O primogênito do músico é uma espécie de passeio pelo gosto musical de Marcelo Camelo. O álbum, que reúne 14 faixas, uma mais linda que a outra, compila canções com sonoridades e referências de um universo extremamente diverso e vasto. O cantor, que nunca escondeu a sua paixão pela MPB, samba, bossa-nova e até mesmo outros estilos musicais, que embora não refletissem de maneira tão direta e escachada no trabalho do Los Hermanos, que era mais voltado mesmo para o "indie rock", agora, sim com "Sou", tais apreços musicais dele ficam mais nítidos, possibilitando assim, que o mesmo assumisse de vez a verdadeira "cara" do músico. Este disco é um trabalho, que a grosso modo, pode ser definido como um disco bastante heterogêneo, o que não quer dizer que não seja provido de coerência e concisão, muito pelo contrário, exato e de uma primazia musical fantástica, onde o músico consegue, no ápice de sua criatividade, agregar o seu gosto pessoal musical de forma bastante harmoniosa! Mas para os fãs do Los Hermanos mais devotos do bom rock com guitarras mais "pesadinhas", fabricado pelos "irmãos cariocas", é bem provável que ao se deparar com o álbum solo de Marcelo Camelo, tenha uma grande congestão. Já para os mais abertos a outros gêneros musicais, principalmente, da MPB, samba ou da música instrumental, possivelmente, o "novo som" do artista soe bem aos seus ouvidos, ou no mínimo, traga algum tipo de sensação aprazível! Sem sombra de dúvidas, merecem atenção neste disco as belíssimas canções "Doce Solidão" e "Janta", sendo que esta última para floreá-la ainda mais vem com a linda e doce voz de Mallu Magalhães, acompanhada por Marcelo Camelo no violão e backing vocal. Além da participação especial da musa teen, de Clara Sverner e Dominguinhos, "Sou" tem ainda como banda de apoio a paulistana Hurtmold, que, aliás, está percorrendo Brasil afora com o cantor e compositor desde quando ele deu o "start" à turnê de promoção deste álbum – o destaque aqui fica pela participação do poeta em um super show em Fortaleza (CE) que acontece dia 01.11 na Praça Verde do Dragão do Mar. Disponível na internet para download, dez das 14 faixas de "Sou" podem ser baixadas gratuitamente pelo Portal Musical do Terra, o "Sonora". Algumas canções estão disponíveis ainda no myspace do artista (www.myspace.com/marcelocamelo).



terça-feira, 21 de outubro de 2008

Entrevista com Mamma Cadela


Para fazer sucesso na música, muitos grupos em início de carreira acabam se curvando à manjada fórmula para ´estourar´: letras ´sentimentalóides´, refrões pegajosos, arranjos simplórios. O Mamma Cadela é o oposto disso tudo. E é nadando contra a corrente, fugindo de padrões, que a banda paulistana se destaca na cena independente com um som instrumental. Sim, é possível conquistar fãs, sem perder a identidade! O Mamma Cadela mistura trilha sonora com o rock psicodélico dos anos 70. Além disso, sofre influência do Trip Hop e do Jazz contemporâneo. Com sua formação: Fernando Coelho (guitarra), Rodrigo Fonseca (baixo), Ladislau Kardos (bateria), Fábio Pinc (teclados) e Ismael Sedenski (pick ups) eles vão seguindo com o belo e inimitável trabalho da banda. Recentemente eles lançaram o álbum Mamma Cadela "Em Busca da Verdade" e logo também o clipe da faixa "papa 'a passarinho"(http://vimeo.com/1875986). Em conversa com o Uderpendente, o guitarrista Fernando Coelho contou um pouco sobre a história da banda e o universo que está rondando este quinteto paulistano:

Luan / Underpendente: Como aconteceu a formação da banda? Conte um pouco da história do Mamma Cadela.

Coelho: Nossa história é longa e censurada pra menores de 18 anos, envolve crimes e alucinações.

Luan / Underpendente: Como que rola o processo de composição das músicas do Mamma Cadela?

Coelho: Ou nossas músicas são criadas intuitivamente durantes os ensaios, ou arranjadas para um tema ou melodia que um de nós cria em casa. Na maioria das vezes tendemos à composição com começo, meio e fim. É importante preparar as pessoas para o fim da música.

Luan / Underpendente: Explique o que é o Mamma Cadela para uma pessoa que não entende de música?

Coelho: Um quinteto teoricamente instrumental, teoricamente formado por músicos. Meio Rock, meio Jazz, que se utiliza de colagens de vinis e samplers. Dentro dos nossos limites sonoros somos bem ilimitados. Podemos colocar qualquer som em nossas composições, sendo ao vivo ou não. A qualidade do som já é outro papo.

Luan / Underpendente: A banda já gravou seu primeiro CD alto-intitulado, isso!? Fale um pouco mais sobre o disco.

Coelho: Nossos discos costumam se chamar como títulos de filmes. No caso do nosso primeiro disco o nome é "Mamma Cadela em busca da verdade". Mas sempre que algo vira regra entre nós, a gente se rebela e tenta sabotar. O segundo disco já está gravado e mixado, prestes a ser masterizado.

Luan / Underpendente: O Mamma Cadela possui alguma referência artística que não é identificada à primera vista, mas muito importante nas composições e nas características físicas dos integrantes?

Coelho: É Luan, realmente damos muita importância para o nosso físico. Nosso baterista Ladislau é o nosso modelo e ator (já trabalhou em propagandas, mas hoje em dia está no ramo por trás das câmeras, produzindo um filme sobre textos do poeta espanhol Lorca) por isso mantemos a forma à base de baladas e noites mal dormidas. Isso acaba refletindo no título das músicas, que acabam ficando meio debochadas. Sonoricamente somos mais sérios.

Luan / Underpendente: Os integrantes do Mamma Cadela são envolvidos em vários projetos. Isso não atrapalha um pouco os dias dedicados pra banda? Como vocês driblam esse fato?

Coelho: Não. Toda segunda-feira é religiosamente dia de ensaio e composição do Mamma. Quando tem show marcado ou gravação, rola mais pressão pra estarmos juntos durante mais tempo. Os outros projetos são com amigos e conhecidos de outras bandas daqui (São Paulo). Então estamos sempre juntos.

Luan / Underpendente: O gênero das músicas da Mamma Cadela no Myspace oficial da banda está como: Psicodélico / Experimental / New Wave. O que esse estilo efetivamente representa para a banda?

Coelho: Rótulo de música é igual a tradução de nome de filme pra português (sempre dá merda). Rótulo musical é uma tiração de onda, não ligamos na verdade para rótulo, pois nossos sons acabam sendo colagens de vários estilos que nem sempre dominamos bem. O importante é estar tocando e ouvindo novos sons que nos inspirem.

Luan / Underpendente: O Mamma Cadela tem total influência do Trip Hop e do Jazz contemporâneo, agregados a outros subprodutos do rock, certo!? Qual a identificação dos seus participantes com estes gêneros?

Coelho: Nosso som só não é totalmente rock por causa do Ismael nos “toca discos”. o Jazz, vocais, e scratches vem dele também. O maior barato em nos ver ao vivo é tentar descobrir de que instrumento veio cada som.

Luan / Underpendente: Com um nome bem humorado, extinto que a banda tem, e músicas bem trabalhadas. Como o público que comparece aos shows e a crítica têm reagido diante dessas características?

Coelho: O pessoal vê que não somos aquela banda formada pela cobiça inesgotável do sucesso. Em primeiro lugar vem a música. O instrumental é um som mais sensitivo pois não tem a decodificação da letra, pra quem ouve pela primeira vez, já é complicado entender, mas não é impossível de sentir. Quando o som é verdadeiro todo mundo percebe os detalhes do instrumental com mais atenção.

Luan / Underpendente: Pode falar um pouco sobre o panorama musical de banda independente de gênero instrumental? Cite algumas bandas que vocês gostam?

Coelho: Guizado, Fóssil, Chimpanzé Clube Trio. Mas, no fundo, gostamos de dividir noites com bandas não instrumentais. As bandas instrumentais juntas são comparadas e essa não é nossa vibe. Não tocamos pra mostrar que somos fodas e sim pra emocionar quem tem coração.

Luan / Underpendente: Vocês acham que a música instrumental sofre algum tipo de preconceito?

Coelho: Não, a música instrumental é minoria, mas nunca fez mal a ninguém. Quem sofre preconceito é o músico em geral que é fodido e mal pago e não se livra da OMB.

Luan / Underpendente: A banda é uma das principais paixões de vocês ou só mais um projeto paralelo na vida de um artista?

Coelho: No meu caso é do Mamma Cadela e Seychelles (minhas bandas) que espero ser lembrado após o holocausto nuclear.

Luan / Underpendente: Quais os próximos projetos do Mamma Cadela?

Coelho: Estamos com nosso segundo disco recém mixado pelo Victor Rice e estamos partindo pra masterização e projeto gráfico, mas o lançamento vai ficar para 2009. Por enquanto tem um som novo na nossa página da Trama Virtual e Myspace. Chamada "Lição Marítima número 5", gravada no bloco "12 horas no estúdio" do programa Trama Virtual. http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=7660

http://www.myspace.com/mammacadela

Luan / Underpendente: Valeu Coelho! Para finalizar, deixe uma mensagem:

Coelho: Obrigado à Underpendente! Plante uma árvore, trepe com camisinha.

MAIS: http://www.mammacadela.com.br/

domingo, 19 de outubro de 2008

Mallu Magalhães e seu aclamado disco


Nem Mallu Magalhães poderia imaginar que se tornaria uma das grandes revelações de 2008 em tão pouco tempo. Esta é apenas mais um exemplo de história sensacional desta garotinha de apenas 16 anos, que ao emergir na cena musical brasileira, há pouco menos de um ano, a jovem cantora e compositora já se tornou um dos fenômenos pops. Mas a peripécia da guria vai além, pois em tão pouco tempo de carreira, acaba de lançar seu primeiro disco e para a felicidade de seus fãs, algumas de suas canções estão disponíveis na internet para download, desde quarta-feira (15/10), fazendo jus ao meio que lhe deu projeção! No entanto, o CD físico deve só vai estar nas lojas no início de novembro, que vem agraciado em sua capa com uma ilustração da garota. E, pelo visto, seu primogênito, que reúne 14 faixas, já está na "boca do povo" e sendo bastante elogiado pela crítica! Com apenas duas composições em português, "Preço da Flor" e "Vanguart", sendo as restantes todas em inglês, o álbum trata-se de um resumo de toda a trajetória da guria até aqui. E de acordo com a própria Mallu, este trabalho continua a percorrer o estilo musical escolhido por ela, trazendo as mesmas referências (basicamente, o folk, rock dos Anos 70 e MPB). Aliás, quem se lembra como tudo começou? Com uma simples participação que a jovem fez em uma casa noturna paulistana (Clash Club), no começo do ano, no qual a atração principal do dia foi o Vanguart (outro grande expoente da cena alternativa do Brasil). Desde então, a jovem não teve mais sossego e deu início a sua deslumbrante trajetória rumo ao "hall da fama". Tanto que nesta mesma época, ela chegou a despontar entre as campeãs de acesso do myspace (www.myspace.com/mallumagalhaes), o que chamou a atenção de todo, principalmente da mídia! E a partir deste momento, os seus caminhos dentro do mundo da música foram se abrindo, cada vez mais, rendendo apresentações pelas principais casas de shows e festivais de música do País. Com isso, sua vida mudou da "água para o vinho"! A garota prodígia foi tema de matéria dos principais veículos brasileiros e até mesmo atração no VMB deste ano, badalado prêmio da MTV, com indicações para três categorias: revelação, melhor show e artista de 2008. Aliás, parece que realmente o "estrelato" clamava por Mallu, pois desde o início de sua contestação, tudo deu certo, como se as forças do universo estivessem confabulando favoravelmente à promissora carreira da jovem garota paulistana. Diferentemente do que acontece com 99% dos músicos, ela nem precisou fazer lá muito esforço para conseguir mostrar seu trabalho (sem desmerecer o seu talento, claro!) e logo, se tornar a "queridinha do Brasil". Tudo se desenrolou rapidamente, inclusive, a gravação do seu primeiro disco, que foi feito a "toque de caixa", no estúdio A.R. (na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro), com um dos maiores produtores musicais do País, o renomado Mario Caldato Jr., cujo currículo inclui trabalhos com os Beastie Boys, Jack Johnson, Seu Jorge e Bebel Gilberto. Em seu debut, Mallu parece colocar ladeira abaixo o conceito criado pela "corrente opositora" ao seu trabalho, que em inúmeras situações chegaram a classificá-la como um factóide e símbolo "mor" desta nova geração criada com e pela internet. Fiquem atentos na agenda de shows da garota, pois você poderá ser o próximo a se apaixonar pelo brilhante trabalho de Mallu Magalhães.

sábado, 18 de outubro de 2008

Tour do Cabaret no Nordeste

Cabaret - O Palco não pode ser pouco

O Cabaret existe desde 2004, com Marvio (voz), Peter Glitter (guitarra), Myself Deluxe (baixo) e Sid Licious (bateria) já tocam juntos desde 2002, com o Glamourama. Da experiência, os cariocas herdaram o público, os nomes e parte do repertório - só largaram o excesso de glitter. O excesso, que fique claro. O glam rock ao melhor estilo Queen não morreu. Prova disso é o Cabaret. Os cariocas pintam e bordam em shows onde o que importa é a diversão, alcançada principalmente pela pitada teatral da banda. Os caras vem divulgando o primeiro álbum lançado desde o ano passado, no qual eles circulam com seus shows instigantes e performáticos cheio de brilho em um só palco. O Cabaret é umas das bandas que de vez em quando aparecem na programação de alguns festivais filiados a Abrafin e suprindo todos os gostos e estilos. E a mais atual noticia da banda é uma pequena turnê no Nordeste nesse mês de outubro. Sem medo de que lagrimas borrem a maquiagem, os rapazes do Cabaret levam o público ao delírio e sem medo de ser feliz. Os palcos que recebe os roqueiros glams metrossexuais pelo Nordeste, acontecem em Festivais independente, com outras bandas já conhecida no cenário independente e bandas regionais. Em Fortaleza eles tocam no Festival Panela Rock, que está sendo bastante aguardado também pelo show do ex Camisa de Vênus Marcelo Nova. A ultima passagem do Cabaret por Fortaleza, foi no extinto Noise3D, ainda na versão inferninho na Rua Senador Almino ao lado do Hey Ho Rock Bar. Pra essa turnê nordestina e calorosa o Cabaret garante combustível para mais de uma hora de suor, fricção e despudor - intoxicante como uma bela trepada em um grande show de rock. Eis as datas abaixo:

QUINTA, 16 - RECIFE
A Noite Requintada tem lugar no BURBURINHO, com a companhia da mal-intencionada Pocilga DeLuxe, destaque do último Coquetel Molotov, o maior festival off-Estocolmo do país.Rua Tomazina, Recife Antigo, às 23hEntrada: R$ 5

SEXTA, 17 - JOÃO PESSOA
O Cabaret é uma das atrações do Festival MUNDO, na capital paraibana, ao lado dos destaques Calistoga, as primas do Star 61 e a pedreira instrumental do Macaco Bong. Show previsto para 1h. Traga seu exemplar do "Eu e Outras Poesias" que o sobrinho-bisneto do Augusto dos Anjos autografa. Não é nada, não é nada...Galpão 14, Centro HistóricoEntrada: R$ 8 na hora, R$ 6 antecipado.

SÁBADO, 18 - FORTALEZA
É a vez da terra de Iracema abrir portas para o Festival PANELA ROCK, em que o Cabaret toca na mesma noite que Joseph K, Renegados e... MADE IN BRAZIL! Estamos no auge, fala a verdade!Clube OasisEntrada: R$ 14, com meia para estudantes.

DOMINGO, 19 - NATAL
Finalmente, é dia do Cabaret aterrissar no templo do rock potiguar, ao lado de Venice Under Water e Os Malditos, a partir das 17h. Por isso mesmo, venha de biquíni.Centro Cultural DoSOLEntrada: R$ 8
É puro deslumbre.

O cardápio local do Panela Rock 2008

Aqui você pode está conferindo as 5 atrações locais que tocam no Festival Panela Rock 2008.

Inflame

A banda cearense INFLAME surgiu na cena de bandas independentes de Maracanaú, em meados de 2006, com o nome Over Trade e fazendo cover da banda Pearl Jam. Contando com Edmundo Rodrigues no vocal, Rebeca Uchoa no contrabaixo e mais três integrantes, em poucos meses acontece a primeira substituição entrando Alexandre Lucas como baterista e, mais tarde, com a saída de outros instrumentistas, entra Jorgelito Junior, mais conhecido como “Esponja”, assumindo a guitarra. Em meio às apresentações covers em pequenos festivais em Maracanaú e no interior do Estado, a banda já demonstrava interesse em trabalhar com músicas de autoria própria tocando sua primeira composição chamada “Promessas”. Com influências do grunge ao hard rock como Pearl Jam, Audioslave, Alice in Chains, Guns n Roses, Led Zeppelin, Soundgarden, Temple of the Dog e Metallica, a banda continuou suas composições e definiu seu estilo como rock alternativo. Decididos a tocar apenas as próprias composições, surgiu a necessidade de renomear o conjunto. O nome escolhido, INFLAME, representa o espírito da banda que incendeia o palco e o público nos shows. Em abril de 2008, agregam-se ao selo Panela Discos e iniciaram as gravações do primeiro EP. A INFLAME já vem participando de importantes shows, festivais e projetos como Panela Rock e Feira da Música. A banda participa, com duas faixas (“Promessas” e “Podia Ser”), da coletânea Panela Discos 2008, lançada em agosto de 2008.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Mais um mini-release de mais duas bandas locais, ou seja, mais dois ingredientes que tocarão no Panela Rock 2008.

Lavage

Lavage - A banda Lavage surgiu em 2003. O objetivo era tocar rock por diversão e sem responsabilidade com técnica apurada e estilos rígidos. Atualmente é composta por Bruno Andrade (vocais), Taumaturgo Moura e Everardo Maia (guitarras), Rafael Maia (baixo) e Rogério Ramos (bateria). Intitulada como "anti-estilo", a sonoridade da banda está calcada basicamente no punk rock clássico e oitentista. Juntam-se a esses sons as contribuições de outras vertentes mais atuais do rock, tais como o rap core, o hard core, o new metal e o indie rock. As canções da banda falam sobre temáticas sociais e sobre sentimentos humanos de dor, angústia e desespero diante das incertezas da vida. Desde o CD de estréia, gravado em 2003, a banda adota uma postura independente. Todo material produzido é gravado e editado no estúdio de um dos guitarristas. A partir do domínio de todas as etapas da produção, a banda acredita que pode manter a fidelidade aos seus objetivos. Em cinco anos de atuação na cena de rock cearense, a banda Lavage já lançou dois CD's demo e um CD full, o mais recente, intitulado “Krisis”, lançado em julho de 2008, com o clipe oficial da música “No Longer”. Durante sua trajetória a banda passou por importantes palcos e eventos da vida cultural cearense. Integrou a programação das edições 2005 e 2006 da Feira da Música de Fortaleza. Ainda em 2006, participou da I Mostra de Música de Fortaleza Petrúcio Maia, que reuniu artistas de vários estilos. Em 2006 e 2007, a Lavage foi uma das atrações do festival Forcaos, maior evento de rock independente do Ceará que é organizado anualmente pela Associação Cultural Cearense do Rock (ACR), entidade da qual a banda faz parte desde 2005. Em 2006 dividiu palco com grandes nomes da cena independente nacional, como a Tequila Baby (RS) e os cariocas do Moptop. E a Lavage toca no Festival na sexta feira dia 17/10 às 21:10.

Renegados

Renegados - A banda Renegados é referência do rock n´ roll de qualidade feito no Ceará. Desde 1993 trilhando uma difícil e respeitada história pelos estados do Nordeste brasileiro, prepara o terceiro disco, "Asas do Vento", depois de "Sem Fronteira" (2001) e "A Essência" (2003). Tem influência direta das épocas áureas do rock n´roll (anos 50, 60 e 70), com as características da pulsação, criatividade e energia das artes naquele período. Destaca-se nas composições a reverberação da música de várias partes do mundo, especialmente da música brasileira e, principalmente, nordestina. Desde o início de sua trajetória, vem sendo possível localizar em sua produção elementos dessas influências. É a cultura musical e poética manifestada pelo povo nordestino e associada à pulsação vibrante da linguagem universal do rock n´roll. Somado à linguagem musical adotada, sempre na linha rock n´roll, as letras criadas pelos Renegados são marcadas por temas otimistas que sugerem reflexão acerca do mundo moderno e das atitudes às vezes pouco inteligentes do homem (moderno?) que habita o planeta. Sociedade de consumo, meio ambiente, luta-perseverança, amor, viagem-estrada, são motes e imagens poéticas tomadas como eixos para a abordagem das composições. Junto com o repertório autoral, a banda Renegados faz uma viagem pelo universo musical de suas referências: Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Cream, Carlos Santana; também Raul Seixas e Luiz Gonzaga, afinal esses dois últimos são mestres da música nordestina que sempre influenciaram o grupo. Convidada para vários eventos, a Banda Renegados participou de festivais como: Ceará Music, Vida e Arte, Mostra Sesc Cariri de Cultura, Feira da Música, Mostra de Teatro de Guaramiranga e mostra Jazz e Blues. O show do Renegados no Festival rola no sábado dia 18/10 ás 22:00. http://www.siterenegados.vilabol.uol.com.br/

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Aos poucos vou apresentando aqui um mini-release das bandas que se apresentarão nos dois dias do Panela Rock 2008.Vejam os temperos e apreciem para degustá-los nos dias 17 e 18 de outrubro.

Joseph K?

Joseph K? - Banda cearense formada em 2003, cuja formação se alterou diversas vezes ao longo do tempo, mas a estrutura básica de power trio permanece até hoje. A JOSEPH K? é uma banda de powerpop, com influências nítidas do rock clássico, e referências atuais como WOLFMOTHER, ALICE IN CHAINS, MATANZA, QUEENS OF THE STONE AGE, RAMONES. Sua discografia inclui dois EPs, um de 2005 chamado “Sobre o amor e outros excessos”, fase mais “pop” da banda, o “De cabeça pra baixo”, de 2007, trabalho fruto da parceira com o selo potiguar DO SOL RECORDS, de Natal, co-produzido por Anderson Foca , que mostra uma banda muito mais madura em relação ao seu som, demonstrando já muita personalidade. Em 2008 lançam seu primeiro disco “full” chamado “Caos FM: direto da terra do nunca”, cujo lançamento se deu de forma virtual, em duas partes, em download direto em seu site. Parceria dos selos DO SOL RECORDS, de Natal e PANELA DISCOS, de Fortaleza. O disco vem rendendo excelentes críticas e a banda já visitou várias cidades com esse novo show.
http://www.josephk.com.br/
www.myspace.com/bandajosephk

Carango Abacaxi

Carango Abacaxi - Foi por volta de 2005 em encontros entre João Henrique (guitarra/vocal), Lucas Azeredo (baixo/vocal) e Kallil Sobreira (bateria) nos corredores do colégio onde estudavam, em Fortaleza, que surgiu a idéia de formar a Carango Abacaxi.. Em 2007, após alguns testes com guitarristas que não se encaixavam no estilo da banda, a procura teve fim com a chegada de Matheus Aguirre (guitarra/backing vocal). Já em 2008, preparam-se para gravar o primeiro cd que conta com mais uma mudança. Agora na bateria, com a entrada de Guilherme Alvez. A banda já saturada do hardcore que dominava a cena local,resolveu inovar com uma proposta de fazer um som dançante, com pegadas de punk rock e um toque especial do bom e velho rock’n’roll setentista, buscando influências como Ramones, AC/DC, MC5, Beatles, Kiss, Strokes, Jet, entre outros. Toda a irreverência do bom punk rock, misturado com o clássico rock’n’roll e temperado com a essência nordestina, pode sintetizar a Carango Abacaxi. Uns chamam de “Bubblegum” outros de “punk moderno”, mas o que vale mesmo é que a banda promete muito. Com um repertório variado e letras que trazem a vida do cotidiano e até um pouco de humor, assim fazem com primor o desafio de dar uma nova versão ao clássico rock. A aprovação do público está sempre presente por lugares onde tocam. Sempre presente no circuito local, a banda teve a oportunidade de se apresentar em locais de grande destaque da cena independente de Fortaleza, participando de festivais independente como o MOVA-CE. Abriu shows para Matanza (RJ), Garage Fuzz (SP) e One Day (Argentina). Com dois EP/DEMO contendo duas músicas autorais em cada, lançados em 2006 e 2007, a Carango Abacaxi entrou em no estúdio em Julho desse ano para iniciar a produção do albúm Carango Abacaxi, lançado pelo o selo independente Panela Discos. http://www.myspace.com/carangoabacaxi

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Festival Panela Rock 2008

(Flyer do Panela Rock 2008)

Fortaleza será palco de mais um festival independente nesse segundo semestre de 2008. O tempero sonoro está garantido para mais uma edição do Panela Rock. O festival chega ao segundo ano com um cardápio variado, que promete agradar os mais diferentes gostos musicais. A cozinha do rock independente será aberta ao público nos dias 17 e 18 de outubro, no Clube Oásis, em Fortaleza, e promete fazer uma verdadeira celebração de várias gerações de bandas e de fãs. Nessa panela musical, a nova safra do rock brasileiro vai dividir o palco com grandes expressões do mercado independente como a banda paulistana Made in Brazil, que está comemorando 40 anos de carreira, e o cantor e compositor Marcelo Nova, ex-vocalista da banda baiana Camisa de Vênus e eterno parceiro de Raul Seixas. De Copacabana, no Rio de Janeiro, vem a banda Cabaret, outra atração do festival. O Panela Rock Representa a busca por novos espaços para divulgação de bandas de rock genuinamente cearenses que realizam trabalho autoral. Produzido pelo selo Panela Discos, que com apenas um ano de trabalho já lançou uma coletânea com bandas de seu “casting” e vem trabalhando continuadamente na realização de eventos e do próprio Panela Rock Festival. Uma das boas novidades do festival para esse ano é a participação de bandas com trabalhos cover, que se dedicam ao tributo a grandes nomes do rock nacional e internacional como Black Sabbath (Sabattage) e Raul Seixas. Com ótimo empenho os organizadores vão estimulando o publico através de entrevistas cedidas em veículos online, orkut, entre outros. Bom ver os comentários instigantes sobre o evento pelo produtor Talles Lucena, que também é vocalista da banda de rock cearense Joseph K?, formada em meados de 2003, e que também estará presente no festival. Outras quatro bandas “made in Ceará” também devem esquentar o Panela Rock: Renegados, Carango Abacaxi, Lavage e Inflame. Longe das lentes e holofotes da chamada grande mídia e com a escassez de espaços dedicados às bandas da cena independente na capital cearense, esses grupos ganham um novo fôlego no festival, que possibilita um intercâmbio de várias artistas e facilita o acesso do público ao material produzido pelas bandas do gênero. Eis a democratização do festival; ”O Panela Rock tem características bem distintas de qualquer outra festa do gênero. Trata-se de uma celebração das pessoas envolvidas com a cena rocker local, sejam produtores, bandas ou público. A idéia principal é popularizar a música rock na cidade, oferecendo ingressos sempre a preços populares.” Veja a programação do Panela Rock com seu cardápio contendo ótimos pratos principais:

Dia 17 de outubro ( a partir das 19hs):
2hs de RAUL SEIXAS ( banda SALT )
Lavage
Inflame
Carango abacaxi
MARCELO NOVA (ex-camisa de venus e eterno parceiro de Raulzito!!)
Discotecagem rock: Dado
Dia 18 de outubro (a partir das 19hs):
2hs de BLACK SABBATH (banda SABBATHAGE)
Joseph K?
Renegados
Cabaret (RJ)
MADE IN BRAZIL (com o show 40 anos de rock and roll !!)
Discotecagem rock: BabuÊ

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Novo Clipe da Madame Mim

Foto: Flambart

Electric Kool-Aid, nome do segundo Cd e novo clipe da Madame Mim. A direção do clipe ficou por conta da Ida Feldman. E pra quem não sabe, o disco Electric Kool-Aid da Madame Mim foi indicado no Prêmio Dynamite 2008 como melhor disco eletrônico. A belíssima Mariana Eva ou melhor “Madame Mim” agitando sempre.
Veja o clipe: http://www.youtube.com/watch?v=DtcgC9xO6io

sábado, 4 de outubro de 2008

Entrevistando Monique Maion

Foto: Rodrigo Pepe

Bela, inimitável e dona de uma voz suave. Isso e muitas cositas mais ilustram a interpretação e talento de Monique Maion, que diz que ela faz o que a música pede. A cantora impressiona desde Standards jazz até agora com suas composições próprias. Explora o cult do jazz e blues com releituras de Tom Waits, Serge Gainsbourg, Stray Cats, Lou Reed entre outros temas conceituados. E é nadando contra a corrente, fugindo de padrões, que a cantora paulistana se destaca na cena independente. Acompanhada por uma mega banda com músicos de ótimo gabarito na cena underground, Monique Maion não se limita apenas em cantar. Escaleta, percussão, kazoo e outros apetrechos ficam por conta dela. Prova de reconhecimento desse talento, é que Mon’Maion esteve na lista de indicados do Prêmio Dynamite 2008. Paralelo a isso, vem o atual projeto que a cantora faz parte o então benfeitor Sunset, no qual ela tem como parceiro o Gustavo Garde vocalista da banda Seychelles. O aguardado CD de Monique Maion, que recebe o nome de “Lola” já está pronto e tem previsão de lançamento pro final desse ano. Fiz uma entrevista com a cantora e ela fala um pouco sobre a trajetoria de seu trabalho e novidades fuedas.


Foto: Rodrigo Pepe

Luan / Underpendente: Você está sendo atualmente uma das vozes mais elogiadas do circuito paulistano. Me conte um pouco da sua carreira desde o principio até agora.

Monique Maion: Puxa, fico muito feliz em receber um elogio desse. O princípio é muito relativo. Comecei a cantar em bares e fazer shows muito nova. Com 15 anos já tocava em São Paulo e até arrumei gigs em Oxford e Londres, mas o meu foco mudou em 2005 quando decidi me dedicar ao jazz e suas vertentes. No príncipio cantava apenas standards do Real Book, hoje mantenho os standards que me comovem e gosto de misturar com minhas composições e com releituras mais atuais, porém com o mesmo background. Tom Waits é exemplo forte e constante - peculiar com sua raiz jazzística. Já escutou Closing Time?

Luan / Underpendente: As músicas que estão em seu Myspace são todas em inglês. Você possui músicas em português? Porque a escolha da língua inglesa na hora de compor?

Monique Maion: Tenho composições em português, mas a maioria é em inglês. É uma questão simples. Respeito o fluxo natural das palavras na melodia composta. O que a música pedir, eu faço. É ela que manda em mim.

Luan / Underpendente: Quando se fala em jazz, folk logo vem à cabeça a figura de PJ Harvey, Bob Dylan e quando eu ouvi suas músicas, o primeiro nome que me veio foi o de Nancy Sinatra, talvez por ela também ser uma cantora/compositora de jazz. Você conhece o trabalho dela? É uma influência pra você?

Monique Maion: Conheço e gosto muito, mas as cantoras/compositoras que considero minhas mentoras são Memphis Minnie, Big Mamma Thorton, Malvina Reynolds, Odetta, Billie Holiday, Janis Joplin e as mais novas como Cat Power, PJ Harvey e Camille que amo de paixão.

Luan / Underpendente: Você que compõe todas as suas músicas, certo? De onde você tira inspiração para escrever as letras?

Monique Maion: Gravo algumas releituras também. Componho muito observando fatos rotineiros, comportamentos padrões sociológicos. Procuro viajar sozinha todo ano à procura de inspiração. Acabei de voltar da Argentina onde passei 8 dias peregrinando e compondo. Escrevi um diário de viagem que renderam quase 100 páginas com pensamentos, fatos bizarros que passei e novas músicas. A inspiração vem sem problemas nessa hora.
Bariloche é uma cidade pra casal e eu estava lá - mochileira sola. Sentia-me observada 100% do tempo. As mulheres com olhar crítico ou de pena, as famílias com certa estranheza, os homens com testosterona (não podem ver mulher sozinha). Esse comportamento padrão condicionado me irrita. Nessa nóia escrevi “Bunda de Moscas” e assim vai fluindo. Peguei carona com um Cowboy local quando estava perdida em uma estrada. O cara tem uma vida dedicada aos cavalos, uma outra realidade, uma paixão, uma cultura. Fiquei um tempão conversando com ele, conversa que rendeu uma nova para o Sunset.

Luan / Underpendente: Como surgiu a oportunidade para gravar o seu primeiro disco que recebe o nome de “Lola”? Porque o nome “Lola”? Ele já tem data certa para ser lançado?

Monique Maion: A oportunidade nessa realidade que vivemos é apenas uma - Independente. Lola é uma prostituta que quase se casa e tenta se inserir no meio social considerado “aceitável”. Procura um amor, fica noiva do Charlie, mas percebe que sua realidade é outra, a “não aceitável” para os demais. Ela se satisfaz com as luzes de néon e com a boemia, o que tem de errado nisso?
É uma crítica a esses padrões impostos, estímulo para o ceticismo pessoal. Uma vez conheci uma prostituta que me disse “Ser puta é inerente a mim”. Por mais que eu não exerça, eu sou. Eu gosto. Não vou lutar contra isso por aceitação. Se sou e ponto final, escolho entre ser puta de centro ou puta de luxo. “Seja puta de luxo em tudo que faz.” Voi-lá. Pirei.

Luan / Underpendente: Como você define o seu estilo musical?

Monique Maion: ah, esse lance de “definição” é muito chato. Restringe meu campo de trabalho. Gosto de deixar o horizonte bem amplo.

Luan / Underpendente: Ao vivo você costuma tocar com uma banda de apoio, certo? Quem
são os músicos?

Monique Maion: A banda está fueda de bom, a melhor formação que tive. Maurício Biazzi (Patife Band) no contra-baixo acústico, Piero Damiani (Numismata) nos teclados, piano e afins, Thitcho na guitarra semi-acústica e violão e Ladislau Kardos (Mamma Cadela) na bateria. Nos divertimos para cacete no show. Esse é meu grande barato. Estou acompanhada por músicos talentosos de corações grandiosos.

Luan / Underpendente: Você e o Gustavo Garde vocalista do Seychelles estão com um projeto autoral chamado Sunset. Fala um pouco sobre esse novo projeto?

Monique Maion: O Sunset é uma idéia que tive em janeiro/08 após conhecer o trabalho solo do Gustavo (a trilogia a Carruagem, Sangralove e Ancestral). Tinha algumas composições guardadas, uma delas era Fatherhood. Sempre tive em mente um projeto minimalista, simples e belo, uma dupla. Convidei o Gustavo e embarcamos na idéia. Compartilhamos músicas e anseios. Nossa entrega foi de corpo e alma. É um projeto de amor incondicional e muito orgulho. Benfeitor para nós e queremos passar essa mensagem para os outros.

Luan / Underpendente: Como foi o processo de seleção do repertório e produção das músicas do Sunset?

Monique Maion: Sempre trabalhamos juntos nas composições e/ou nos arranjos. Em abril/08, o Fábio Pinczowski (Mamma Cadela), grande produtor e grande amigo, nos convidou para gravar no famoso Sítio Zeide. O lugar é mágico, ao chegar compomos Run with me. A música foi um presente da boa energia que estávamos inseridos. Percebi que a “vibe” do EP seria essa! Foram 4 dias maravilhosos e puxados de composição, arranjos e gravação.

Luan / Underpendente: A partir de agora, você vai cumprir com sua agenda de shows solo e com a Sunset, é isso?!

Monique Maion: É isso e mais um pouco. Minha vida rotineira é uma loucura. Durmo 4 horas por dia porque trabalho num meio burocrático gigantesco para pagar as contas e a partir das 18h trabalho nos projetos – ensaios, shows, composições, trilhas etc. É muito puxado, mas nós músicos não ganhamos porra nenhuma e o tratamento é uma beleza! Exemplar o campo de trabalho no Brasil, viu? Dá uma vontade de fazer arte aqui... Raramente um show dá retorno financeiro. Ser puta de luxo na música e no Brasil não é simples, não. Mas concilio a agenda MonMaion, Sunset e sempre que posso dou um canja no show dos amigos – Mamma Cadela, Seychelles, Ancestral, Ludov e as outras bandas composta pela galera.

Luan / Underpendente: O que podemos esperar da Monique Maion pro futuro?
Monique Maion: Uhmm, talvez eu venda calcinhas pintadas à mão na beira da estrada.

Foto: Rodrigo Erib

Links da Monique Maion:

www.myspace.com/monmaion

www.fotolog.com/moniquemaion

www.myspace.com/7sunset

www.spsonica.com/sunset

www.fotolog.com/7sunset