Luan / Underpendente: Como surgiu o Lucy And The Popsonics? Por que uma banda com dois integrantes? Nesse caso podemos dizer que menos é mais?
Fernanda: Nesse caso podemos dizer que menos é mais sim. A questão era bem simples. A banda que tivemos na adolescência acabou por questão de relacionamento. Queríamos eliminar isso. Então, como eu só sabia um pouco de baixo e o Pil de guitarra montamos um duo. O outro ponto que contava a favor era que queríamos fazer um som que a gente estava ouvindo. Não fazia sentido convidar alguém para tocar com a gente mesmo naquele momento. É claro que um duo não pode fazer musicalmente muita coisa. Tem de se pensar minimalisticamente, o que muita gente não entende.
Luan / Underpendente: Como foi o primeiro show que vocês fizeram com o Lucy And The Popsonics?
Fernanda: Eu acho que foi no Landscape. Tínhamos sido convidados para tocar para o projeto solo do Fábio Pop, o Solo Deluxe, no final de 2005. Foi um show super. Confesso que esperava menos na época. Saímos de lá super felizes por termos feito um grande show. Tudo foi perfeito naquele dia: o som, a iluminação, everything.
Luan / Underpendente: Qual a função de cada um na banda?
Fernanda: Pil trabalha com os sinths e a guitarra. Eu fico no baixo e vocal. Nós fazemos as letras juntos.
Luan / Underpendente: As bases eletrônicas da banda, como vocês preparam?
Fernanda: Começamos com um loop. Depois vamos montando as partes das baterias. Quando vamos pra estúdio que colocamos mais hardwares, saca? E isso que dá uma batida mais forte.
Luan / Underpendente: Quais as principais influências da banda?
Fernanda: The Kills, Stereo Total, B-52´s, Fred Schneider, Sex Pistols.
Luan / Underpendente: Qual o lado bom e o ruim de estar em Brasília?
Fernanda: O lado ruim é mais óbvio: a cidade é muito paradona. A parte ótima é que a cidade é linda, nos dá uma qualidade de vida excelente e quando estamos aqui ficamos menos agitados e com vontade de fazer mais músicas.
Luan / Underpendente: Muitas bandas acabam indo morar em São Paulo. Vocês pensam em ir pra lá ou dá pra continuar morando aí?
Fernanda: Continuar morando em Brasília, claro. Estamos começando a pagar apartamento. Vamos ter uma residência fixa. Ganhamos bem aqui. Não acho que viveríamos assim tão bem se fossemos para São Paulo. Música não nos dá muito dinheiro. Só largaríamos essa vida se fosse para ganhar mais do que ganhamos hoje. Acho difícil isso acontecer. Temos amigos europeus que vivem de música e ganha menos que a gente em reais.
Luan / Underpendente: Fernanda, como foi a experiência de trabalhar no CD da banda Superguidis?
Fernanda: Fui para a casa do Phillipe SEABRA comer churrasco e me chamaram para gritar "Riffs!" O Pinduca me deu uma super bronca quando eu saí do tempo. Hehe. Foi divertido. Os meninos são ótimos e fofos.
Luan / Underpendente: O Lucy And The Popsonics vem sendo sempre atrações em Festivais de música independente. Como vocês avaliam o cenário atual deste tipo de evento?
Fernanda: Os festivais nos ensinaram muita coisa, como ser uma banda de verdade e nos profissionalizar. Hoje eu posso dizer que estamos nesse patamar e graças aos festivais independentes e aos não-independentes também. O cenário atual é que vivemos em uma época em que estamos conquistando mais espaços, mas que ainda se há muita coisa para fazer. Não existe um mercado médio no Brasil. Aqui só underground e mainstream, diferentemente do que ocorre nos EUA e na Europa. Nesses países existem bandas com longas carreiras sem ser mainstream. O que mais falta no Brasil atualmente são bandas de qualidade e conectadas com o nosso tempo. As coisas aqui demoram muito para chegar. Às vezes nem parece que temos internet, sabe? Escuta-se muito pouca música no Brasil. Nisso, estou me incluindo também, apesar de que atualmente escuto bastante coisa. No início eu até achava que eu não entendia muito disso. Na verdade, ninguém entende de música no Brasil.
Luan / Underpendente: O que "A Fabula (ou a Farsa?) de Dois Eletropandas" efetivamente representa para a carreira da banda?
Fernanda: É o nosso primeiro disco e o que nos projetou para onde estamos hoje com certeza. A ele agradeço por ter feito tudo que fizemos em 2007 e 2008.
Luan / Underpendente: O que esse disco diz?
Fernanda: Dance for 22 minutes nonstop.
Luan / Underpendente: O que a banda está escutando atualmente?
Fernanda: o novo do the Kills, The Knife, REM, Crystal Castels e todas as outras coisas que encontramos na internet.
Luan / Underpendente: Quais os planos do Lucy And The Popsonics pra esse semestre?
Fernanda: Cumprir a agenda de shows no Brasil e no exterior e gravar mais coisas.
Luan / Underpendente: O Lucy And The Popsonics, como muitas bandas que integram a cena alternativa, contam com o aliado maior na divulgação do seu trabalho, que é internet. Na visão de vocês, qual o papel e importância desta ferramenta para os grupos e/ou músicos tanto do underground, como até mesmo dos integrantes da música em geral?
Fernanda: Se não fosse a internet a gente provavelmente não existiria. É um dos meios mais fáceis de divulgação da banda e atualmente também é um ótimo meio de vendas das músicas. Nós não fomos lançados nos EUA, mas no dia 16 de março ficamos em primeiro lugar entre os artistas brasileiros de vendas na internet.
Luan / Underpendente: Como está a agenda de shows?
Fernanda: Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre, Montreal (Canadá), Buenos Aires (Argentina). Tocamos este mês em Salvador, cidade sensacional.
Luan / Underpendente: Obrigado pela entrevista Fernanda! Deixe uma mensagem para os visitantes do Underpendente:
Fernanda: ROCK!
Show do Lucy And The Popsonics no Festival Porão do Rock (DF)
Links do Lucy And The Popsonics:
http://www.tramavirtual.com.br/lucy_and_the_popsonics
www.myspace.com/lucyandthepopsonics
Um comentário:
Juro que nunca tinha ouvido nem falar dessa banda. Achei interessante e super vou ouvir =D
Depois te digo se curtir ou não hehe
=**
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